SQLSTATE[HY093]: Invalid parameter number: number of bound variables does not match number of tokens Débora Novaes de Castro - >> Resenhas - Algumas Palavras...
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Falando Delas... e Outras Prosas

"Evocação de tempos memoriais de nossa história (1932), quando brasileiros lutavam entre si pela soberania do que achavam ser então de direito e legitimidade.

Sobre "Falando Delas...” e Outras Prosas
de Edson Freire
Débora Novaes de Castro*


Pétalas despetaladas à rosa dos ventos,em idos tempos, como em “M.M.D.C. ou M.M.O.D.C.?” p.55, já agora numa releitura, evocação de tempos memoriais de nossa história, quando brasileiros lutavam entre si pela soberania do que achavam ser então de direito e legitimidade. Edson Freire discorre sobre esses fatos históricos de maneira a levar o leitor à realidade daquele cenário bélico de Brasil “- 1930, Brasil – 1932, São Paulo – 1932” como o espectador que não conhece o desfecho da história. A revelação da charada “MMDC ou  MMODC” que titula a crônica vem ao final do discurso, quando diz sobre os quatro personagens que habitam o mausoléu situado  no final da Av. 23 de Maio, em São Paulo; e é quando o narrador incorpora o personagem Orlando, incluindo-se entre os desafortunados;  e então finaliza: “Martins, Miragaia, Orlando, Dráusio e Camargo, mártires de São Paulo e por São Paulo – descansem recolhidos na glória dos heróis!”. Uma feliz criação que por si só já credenciaria  a aquisição e leitura da obra. Mas continuamos recolhendo pétalas... 

E vem “Metamorfoses”, p.59, quando o autor cita Dostoievski “Eu viverei até os sessenta anos,/ até os setenta, até os oitenta!/ Mas, esperai-me, deixai-me tomar fôlego!/” Com leveza e sabedoria alerta o leitor para as metamorfoses, mudanças pelas quais todos nós estamos sujeitos ao adentrarmos ao portal do tempo. Como narrador, reporta-se à fragilidade do corpo físico ao sabor dos ventos, percalços e tempestades da vida ao mesmo tempo em que anuncia por seu personagem, o velho sentado no banco que pensava nas mudanças acontecidas com ele, “...dos pés à cabeça. Mudanças para pior, velhice a dentro... Perdas sofridas, porén, os ganhos em contrapartida; o tempo destruindo o corpo físico mas construindo a alma”.

Em “Deus e a Poesia”, p. 52, o autor cita Octávio Paz, “ Creio profundamente que todos os homens e todas as mulheres, em alguns momentos de suas vidas são poetas.” E inicia seu enunciado dizendo ser o homem um grande transformador que usa palavras vindas do nada e faz a sua urdidura de beleza e graça “ É a poesia dando ao homem procuração para representá-la em outro mundo: - o mundo da imaginação.”.  E mais adiante, se refere a Deus como um poeta que contrói a sua poesia inspirada num sopro divino – e surge a criatura humana em dois versos: corpo e alma. Deus poeta! E Por quê não? Se Ele, o Alpha  e Ômega, o Supremo Onipotente, é o  Criador por  excelência ?  E Edson Freire  evidencia “ ...Haja o encantamento das ilusões e nesse sonho o embalo da esperança misturada à fé, enquanto a vida se valer do tempo.”.

Mais, muito mais ainda  teríamos a dizer sobre a obra a que nos referimos, contudo deixamos ao leitor a surpresa dos sabores e perfumes que permeiam as criações do cronista  Edson Freire.

***

Ficha Técnica - Livro de crônicas,

Título:Falando Delas...” e Outras Prosas
Autor: Edson Freire.
Editora: Scortecci,  1ª.edição, São Paulo, ano 2005
Número de páginas: 104

Débora Novaes de Castro
São Paulo, 07 de julho de 2006

*Débora Novaes de Castro (Débora de Castro), professora-me, pesquisadora, acadêmica, escritora, artista plástica, pertence a UBE – União Brasileira de Escritores e outras entidades culturais.

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